No contexto: A Experian é uma empresa multinacional com sede em Dublin, envolvida no contencioso setor de relatórios de crédito. Operando em 37 países, a empresa oferece aos consumidores uma “pontuação de crédito” para avaliar o risco financeiro. De acordo com a lei dos USA, a Experian é obrigada a fornecer anualmente aos consumidores um relatório de crédito gratuito.
A Experian chegou recentemente a um acordo com o governo dos EUA em resposta a uma ação movida pela FTC. Como parte do acordo, a empresa de relatórios de crédito concordou com uma liminar permanente e pagará uma multa civil de US$ 650.000. O processo foi movido pela subsidiária da Experian, ConsumerInfo.com, também conhecida como Experian Consumer Services (Experian), supostamente enviando e-mails comerciais relacionados às pontuações de crédito dos clientes. Esses e-mails não possuíam um mecanismo claro para os destinatários optarem pela exclusão, constituindo essencialmente uma campanha de spam.
De acordo com o DoJ, as ações da Experian violaram a Lei de Controle de Ataque de Pornografia e Marketing Não Solicitados (Lei CAN-SPAM), a Regra de Controle de Ataque de Pornografia e Marketing Não Solicitados (Regra CAN-SPAM) e a Lei Federal de Comércio Lei da Comissão. Os clientes-alvo eram aqueles que tinham criado contas Experian gratuitas para gerir o acesso de terceiros aos seus relatórios de crédito, uma medida destinada a proteger as suas informações financeiras tanto de entidades maliciosas como de instituições legítimas, como bancos.
A Experian usou os endereços de e-mail pertencentes a contas gratuitas como apenas mais uma ferramenta de marketing, de acordo com o DoJ. A empresa enviou aos consumidores promoções comerciais para seus serviços pagos, oferecendo um “aumento” de pontuação de crédito ou uma varredura gratuita na dark web em busca de proliferação insegura de dados de usuários. Nos e-mails, a Experian tentava incentivar os consumidores a usarem um desses serviços, pedindo-lhes que confirmassem se um carro que a empresa tinha associado à sua conta era realmente deles.
Os e-mails da Experian não incluíam nenhum aviso sobre o fato de que os usuários poderiam cancelar futuras campanhas de marketing e não havia uma maneira simples (um link, um botão, qualquer coisa) de iniciar o procedimento de cancelamento. As autoridades dos EUA receberam “muitas reclamações de consumidores” sobre a prática, afirma o DoJ, que violava claramente a Lei CAN-SPAM e a Regra CAN-SPAM.
Fornecer aos usuários a capacidade de cancelar o recebimento de e-mails comerciais indesejados é um direito “crítico”, disse o procurador dos EUA, Martin Estrada. Além disso, esses e-mails não devem ser enganosos de forma alguma. O acordo força a Experian a evitar novas violações da Lei CAN-SPAM, enquanto a multa de US$ 650.000 é essencialmente inconsequente para uma empresa que obteve lucros de US$ 1,1 bilhão no ano passado.
Apesar de resolver o processo com o governo dos EUA, a Experian ainda professa sua inocência. A empresa afirmou discordar das alegações da FTC, mas quer “seguir em frente” para continuar atendendo os consumidores da “melhor maneira possível”. Cada novo e-mail de marketing agora contém um link para um “Centro de Preferências de E-mail” que os consumidores podem usar para personalizar as comunicações enviadas pela Experian.